terça-feira, 25 de novembro de 2014

Amiga do meu amigo

Hoje lembrei-me do meu amigo moçambicano, e de uma situação que vivi por intermédio dele.

Era verão, estava de férias.
Recebi uma mensagem do meu amigo de Moçambique...há tempos que nada dizia, mas pedia que fosse  com a urgência possível ao Skype. Assim fiz...os cumprimentos do costume, conversa sobre o tempo e as notícias que ele tinha dos incêndios florestais por estas bandas, e eu a tentar perceber a volta do líder político da Renamo a Maputo...enfim, trivialidades.  "Ouve lá, a conversa está muito boa, mas aí há coisa. Estás bem?"
"Estou, claro"
"Então, porquê a urgência no contacto?"
"Preciso de um favor teu. Uma amiga minha chega hoje ao Porto, vai resolver questões legais da empresa. Como não conhece nada nem ninguém, pensei que pudesses ser o seu GPS"
"Ó car***o, e só hoje o dizes? Podias ter dito mais cedo, Hoje está complicado, mas posso ir buscá-la ao aeroporto a partir da 21"
"Não há problema...ela chega de Lisboa e espera o tempo necessário"
"Ok. E que tenho que fazer?"
"Se lhe puderes dar dormida hoje e levá-la ao centro amanhã..."
"És um cabrão...já viste em que situação me pões? Não conheço a mulher, ela não me conhece, e trago-a para casa..."
"Não te preocupes...é boa pessoa, e falei-lhe tão bem de ti que confia plenamente"
"Ok...seja o que fôr. Diz-lhe, então, que me espere no café das chegadas."
"Já tinha dito"
"És mesmo um fdp!!! Estiveste este tempo todo como que a pedir, e já tinhas decidido. E se eu não pudesse?"
""e se eu não pudesse?" ...claro que poderias...afinal, para que serve ser teu amigo?"
"Vai à merda! Como se chama a rapariga?"
"Mulher, p.f., e é a ******. Está vestida de saia e casaco verdes...não podes falhar. É negra escura"
"Ok...mas vais pagar-mas"

Às 21 já estava no Sá Carneiro. No café estava uma negra de verde e um malão ao lado. à medida que me aproximava a imagem tornava-se mais nítida..."éh, lá...que mulherão....calma, homem, és parvo?"

"Olá, boa noite, é a ******?"
"Sim, sou. É o amigo do ********?"
"Sim. seja bem vinda. Está à espera há muito?"
"Não...há 2 horas"
"Lamento muito...o nosso amigo só hoje me informou, e apenas há 3 horas!!!! Continua igual"
"É...um insuportável, mas amigo"
"É o que lhe vale"

Fomos para o carro. A noite estava quente, o caminho fez-se com conversa de circunstância, algo constrangida.

"Levo-a para minha casa, já tem um quarto pronto"
"Não...o ******** disse-me que me levaria a um hotel seu conhecido, muito confortável"
"Disse-lhe isso? Boa! A mim disse-me que a hospedasse em minha casa"
"Ui...vamos ter muito que falar quando regressar"
"É...eu também. Mas se se sentir mais confortável, deixo-a num hotel. O espaço lá em casa é suficiente, terá a sua privacidade e, por mim, não há problema nenhum"
"Que situação...aquele homem é mesmo palerma"
"Esteja à vontade. Faço como entender"
"Ele avisou-me que você seria correto e elegante comigo. Sabe que mais? Aceito a oferta"
"Boa. Já estava a dar por perdido o tempo que levei a arrumar o quarto e a fazer a cama"
Rimos...o gelo estava a quebrar. Aquele cabrão era igual a ele mesmo...um cabrão!

Chegados a casa, acomodei-a. Estava fatigada...notava-se.
"Vou preparar algo para comermos"
"Não precisa...jantei no aeroporto"
"Ao menos um chá...?"
"Isso aceito..."
"Vá tratar de si...se quiser tome um bom banho...o chá não se estraga"
"Obrigado...é o que preciso mesmo. Prometo não demorar"
"Demore...esteja como em sua casa"

Meia hora depois entrava na sala
"Estou outra"
"Parece outra"
"Piorei???"
"Não...está com uma expressão diferente...mais relaxada. Olhe aqui um chá..."
"Hummmmque cheirinho...é de quê?"
"Chá príncipe...uma tradição de família"

Bebemos, conversámos, e ela bocejou
"Hora de a deixar dormir. Caminha, por favor. Amanhã é dia cheio"
"Sim...vou fazer isso. É fácil apanhar Taxi aqui?"
"É...bastante....olhe aqui o seu taxista"
"Não senhor...tenho muitas voltas a dar...e tem a sua vida"
"Olhe, o nosso amigo já decidiu...eu serei o seu GPS"
"Que doido....só aceito numa condição: se me tratar por tu...afinal o nosso amigo faz de nós...ham....amigos?"
"Ok...feito...agora, cama que tens muito soninho"

Dia seguinte...pequeno almoço...saída para as voltas. Almoço em Santa Catarina. Tarde de voltas e espera...até que chega furiosa
"Então?
"O último contacto armou-se em chefe...foi embora...só amanhá é que me atende...e é o mais importante. Queria ter resolvido tudo hoje...ainda ia hoje para Lisboa"
"E qual é o problema? Dormes lá em casa"
"É chato..."
"Não é...!"

Jantar na Ribeira, um fadinhos a acompanhar. Está encantada com a noite portuense.

É tarde...são 2 da manhã

Vamos para casa,
Chá acalentador...e cada um para a sua cama. Diz-me "boa noite" e sorri

Estava calor...dormi de janela aberta.

A cerveja fez efeito...eram 4 horas quando fui, com o silêncio possível, ao w.c. A porta do quarto dela estava entreaberta...se calhar por causa da ligeira corrente de ar...a janela estava aberta. O luar de agosto mostrava-se, e mostrava que ela dormia só de tanga branca....envergonhei-me de mim mesmo.

Tentei ser discreto, deixei sair pouca água do autoclismo...deitei-me.

Custava a adormecer

5 minutos depois ouço um ligeiro ruído...
"foi ao wc?"
Não deve ter ido...talvez tenho fome...
E que fome. Ainda não tinha terminado o pensamento, sinto um vulto escuro e quente deitar-se ao meu lado...e beijar-me.
Estava completamente nua!!!
Não dissemos nada...
Beijámo-nos, acariciámo-nos...ela mostrou todo o seu calor...
Deitei-a....o luar estava excelente para o momento. preservativo da ordem, e o calor africano esvaiu-se em sexo louco e mudo

Eram  9 horas...acordámos algo constrangidos...
"Sentes o mesmo constrangimento que eu?"
"Sinto...mas sei como o vencer..." e devorou-me, agora à luz do dia. Que visão, este ébano em contorção...
Conto o resto quando conseguir...que tesão

Deixo parte de uma foto que lhe tirei...ela tem outra minha



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